quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Relatos de Experiência

Visitando o blog Relatos de Experiências me chamou à atenção a postagem intitulada “Os Nossos Natais”. Nela, percebemos como foi realizada a interação entre escolas do Brasil e de Portugal (envolvendo alunos e professores) em torno de um objetivo comum: divagar acerca do Natal.

Evidências: alunos e professores, portugueses e brasileiros, reuniram-se em torno de um aspecto comum: socializar relatos sobre os usos e costumes natalinos em ambos os países. A socialização ocorreu por meio de contribuições digitais.

Argumentos: o blog foi um grande sucesso. Muitas pessoas fizeram as suas contribuições. Nas postagens há, além dos relatos dos usos e costumes, peculiaridades, muitas ilustrações e fotos.

Saiba mais em: http://docs.google.com/View.aspx?docid=a2c97f77mdh_agqt5bjb2w3q

domingo, 9 de dezembro de 2007

Música e poesia



Relato a seguir, como exemplo de aprendizado, uma atividade simples mas que envolve os conhecimentos adquiridos no curso de extensão em alfabetização, as leituras das interdisciplinas "Música na Escola", "Literatura Infanto Juvenil e Aprendizagem" e "Ludicidade e Educação":
Levei aos meus alunos de primeira série um cd com algumas poesias musicadas de Vinícius de Moraes. Em um primeiro momento eles apenas apreciaram as canções.
Depois, contei a eles um pouco da biografia de Vinícius de Moraes.
Em seguida entreguei a eles uma folha mimeografada onde constava o desenho de uma casa e dentro do mesmo, a transcrição da poesia "A casa". A partir daí, realizamos a leitura e em seguida, cantamos a música. (Como a música já havia sido escutada por todos, não ouve entrave para a participação daqueles que ainda não estavam alfabetizados.)
Solicitei aos alunos que localizassem todas as palavras "casa" que constavam na poesia e as assinalassem. Isto contemplou a percepção visual e o raciocínio lógico-matemático (pois também pedi que contassem quantas vezes a palavra "casa" apareceu ao longo do texto).
Para aqueles alunos que quiseram pintar o desenho da casa, pelo simples prazer de pintar, foi-lhes permitido e um tempo foi reservado a isto.

Alfabetização aos seis anos

No início de novembro conclui o Curso Alfabetização aos Seis Anos, ministrado pela professora Anna Maria Rangel.
Neste curso aprendi muito. Portanto foi bastante válido para o meu crescimento pessoal e profissional!

Poesia na sala de aula

Relato a seguir uma prática de sala de aula, realizada em minha turma de segunda série, e que foi muito bem aceita pelos alunos:
Levei para a sala de aula três livretos da coleção "Literatura em minha casa" - Poesia fora da estante, Poemas do Mar e Gotas de Poesia.
Desses livros, apresentei à turma (com entonação adequada - antes de meu ingresso no Pead eu não tinha este cuidado) as poesias: Corrente de formiguinhas (Henriqueta Lisboa), Baleias (Renata Pallottini), A vaca, Sapo enfeitiçado e O gato e a gota (Elias José). Juntamente às poesias, apresentei as suas respectivas ilustrações. Este foi o primeiro passo.
Em seguida, realizamos o segundo passo. Solicitei aos alunos que escolhessem a poesia de que mais gostaram e que a transpusessem para o papel através de desenho (a base poderia ser as ilustrações apresentadas ou não).
O terceiro passo foi a divisão da turma em grupos. Os grupos se formaram em função da poesia que cada um tinha escolhido para representar individualmente. Portanto, os grupos não tinham o mesmo número de componentes.
Já em grupos, os alunos trocaram idéias acerca da poesia escolhida, colaram suas produções no papel pardo e, sintetizando as idéias individuais, redigiram uma idéia conjunta, que também foi acrescentada no painel.
A última fase foi a apresentação do trabalho construído nos grupos menores para o grande grupo.
Resolvi relatar a atividade supracitada porque, para mim, representou um marco em minha prática pedagógica. Antes disso, eu nunca havia trabalhado com poesia em uma turma de segunda série. E mais, senti-me orgulhosa de ter proporcionado um momento de aprendizado interligado com o lazer para meus alunos. Foi muito gratificante vê-los empenhados na execução da tarefa com um sorriso nos lábios.
Outra coisa, a partir daquele momento, sinto que consegui despertar o interesse pela poesia em meus alunos. O que evidencia isso é o fato de que daquele dia em diante, meus alunos passaram a retirar livros de poesia na biblioteca da escola. Geralmente eles me procuram para mostrar uma poesia que leram e gostaram muito!

sábado, 8 de dezembro de 2007

Kirikú e a Feiticeira


Sinopse

Uma história que celebra a coragem, a curiosidade e a astúcia sobre uma comunidade subjugada por uma terrível feiticeira. Kiriku, um menino que nasceu para lutar e combater o mal, enfrenta o poder da Karabá, a feiticeira maldosa e seus guardiões. Kiriku aprende em sua luta que a origem de tanta maldade é o sofrimento e só a verdade, o amor, a generosidade e a tolerância, aliados à inteligência, são capazes de vencer a dor e as diferenças. Um desenho animado moderno que fala a língua das crianças sem subestimar a inteligência dos adultos.



Durante a "Semana da Consciência Negra" de minha escola realizamos inúmeros trabalhos, dentre os quais destaco um:

Levei o filme Kirikú e a feiticeira para que meus alunos assistissem. Depois disto discutimos o filme. Em seguida, solicitei a eles que reproduzissem, como bem entendessem, o recorte mais legal do filme.

Ofereci para eles vários materiais, tais como: papéis coloridos, tintas, palitos, etc... O resultado obtido foi uma bela exposição de trabalhos.

Consciência negra

No início do mês de novembro participei de uma formação promovida pela SMED de Alvorada: Encontro de Professores – Um olhar reflexivo sobre as práticas anti-racistas no cotidiano escolar.
A formação deu subsídios aos educadores para o desenvolvimento de um trabalho consciente acerca da cultura afro-brasileira em sala de aula.
Neste encontro, além de palestras com autoridades do município, professores e representantes de comunidades diversas foram realizados: desfile de bonecas com trajes afro, apresentação de espetáculo de dança africana e várias oficinas.

Relato de experiência - Concertos Banrisul para a juventude






Influenciadas pelas aulas de Música, eu e outra colega da escola Ana Neri, professora Simone (estudante do Pead Gravataí), resolvemos levar nossas turmas ao Theatro São Pedro para à apreciação do Concerto Banrisul para a Juventude.
Realizamos a inscrição de nossa escola no Projeto, avisamos os alunos, nos preparamos para o grande dia mas ainda havia um probleminha: como transportá-los até o local? Nossa escola não dispunha de dinheiro para alugar um ônibus, os alunos, menos ainda! O que fazer?
Como nossa vontade de apreciar o concerto era enorme e a dos alunos muito mais, fomos de ônibus de linha mesmo!
E o melhor, ainda aproveitamos para dar um passeio pelo centro de Porto Alegre! Deu tudo certo! E os alunos amaram a experiência!
A Orquestra de Câmara Theatro São Pedro é composta por jovens músicos que tocam instrumentos de cordas, como violino, violoncelo, contrabaixo e cravo. O repertório da apresentação incluiu obras de Mozart, Bach, Vivaldi, Villa-Lobos, Chico Buarque e Pixinguinha.




Bienal

No dia 10 de novembro nosso grupo do Pead realizou uma visita à Bienal do Mercosul. Primeiramente realizamos o Roteiro 2 (MARGS – térreo: Mostra Monográfica Francisco Matto e MARGS – 2º andar: Öyvind Fahlström) e, em seguida, o Roteiro 1 (Santander Cultural: Mostra Monográfica Jorge Macchi).
Lá podemos observar muita coisa legal... nossa, como minha visão acerca da arte era fechada!!!

Bem, infelizmente não consegui agendar as minhas turmas de primeira e segunda séries para realizarem semelhante visita. Contudo, isso não me impediu de mostrar aos estudantes um pouco da magia da Bienal: conversei com eles e contei um pouco do que eu havia visto e também aproveitei para mostrar-lhes as fotos que tirei durante a visitação (levei meu notebook para a sala de aula e apresentei as imagens!). Eles ficaram impressionados!

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Pausa para meditação...

Oração do Professor


Obrigado, Senhor, por atribuir-me a missão de ensinar e por fazer de mim um professor no mundo da educação.
Eu te agradeço pelo compromisso de formar tantas pessoas e te ofereço todos os meus dons.
São grandes os desafios de cada dia, mas é gratificante ver os objetivos alcançados, na graça de servir, colaborar e ampliar os horizontes do conhecimento.
Quero celebrar as minhas conquistas exaltando também o sofrimento que me fez crescer e evoluir.
Quero renovar cada dia a coragem de sempre recomeçar.
Senhor! Inspira-me na minha vocação de mestre e comunicador para melhor poder servir.
Abençoa todos os que se empenham neste trabalho iluminando-lhes o caminho .
Obrigado, meu Deus, pelo dom da vida e por fazer de mim um educador hoje e sempre.
Amém!

(autor desconhecido)

Inventário Criativo

PLANEJAMENTO

ATIVIDADE 1: Representação de personagens e objetos com o corpo, sem movimento.

Objetivo: Criar uma cena a partir de recursos corporais.

Estratégia:
Explicação da atividade, pela professora.
Organização da turma em grupos de 4 ou 5 alunos.
Determinação de um espaço para cada grupo.
Indicação oral pela professora dos objetos ou personagens que os grupos deverão construir com o corpo.
Trabalho livre de construção dos objetos indicados (tempo limite: 2 minutos).
Apresentação sucessiva de cada grupo.
Debate, no grande grupo, focalizando:

a) Identificação do objeto.

b) Concentração do grupo.

c) Utilização adequada do espaço.

d) Outras maneiras de representar o mesmo objeto.


ATIVIDADE 2: Representação de objetos com o corpo, em movimento.

Objetivo: Criar uma cena a partir de recursos corporais; desenvolver a imaginação e a espontaneidade.

Estratégia: A mesma da atividade 1, a partir de objetos e/ou personagens que demandem movimentos corporais para sua reprodução.

EXECUÇÃO

Em uma turma de 20 alunos, no período destinado à recreação propus as crianças uma “brincadeira divertida”, 12 crianças aceitaram brincar. As demais preferiram jogar bola.
A atividade foi realizada no pátio cercado da escola.
Expliquei as brincadeiras 1 e 2 ao grande grupo e os alunos dividiram-se livremente em três grupos de 4 componentes. Escolhi um dos grupos para iniciar a atividade. Enquanto este grupo ensaiava a cena solicitada, os demais permaneciam em outro espaço aguardando.
O grupo 1 montou a cena “Circo”, o grupo 2, a cena “Creche” e o grupo 3, a cena “Cozinha”.
Ao se apresentar o grupo montava a cena estática e em seguida, em movimento. Após a montagem das cenas os demais grupos tentavam identificar aquilo que havia sido encenado. (Nenhum dos grupos foi capaz de identificar as cenas construídas.)
Após a desconstrução e revelação da cena do grupo, era realizada a discussão pertinente.
Posteriormente às discussões, os alunos acabavam se dando conta dos episódios que haviam visto e exclamavam coisas do tipo: ah, é mesmo! “Pior!”
Os alunos adoraram participar da “brincadeira” e desde aquele dia sempre pedem: vamos brincar de teatrinho de novo profe?!!


SÍNTESES
Improvisação para o teatro
O texto explica o que é improvisação, mostra a origem da mesma, os seus marcos históricos bem como os elementos auxiliares. Também aponta as principais modalidades de improvisação.
Achei muito interessante a passagem: “o grande desafio do jogo da atuação é conseguir estar no momento presente. Quando falamos em improvisação, estamos pretendendo evocar um duplo procedimento: estar no aqui-agora e, ao mesmo tempo, refazer o processo que nos conduziu a esse momento. Vejamos que paradoxo complicado: estar no presente recuperando o passado.”

Formas de abordagem dramática na escola
O texto divaga sobre as principais formas de abordagem dramática que vêm sendo adotadas no contexto educacional: Play Way, Teatro Criativo, Movimento Criativo, Teatro Escolar, Jogo Dramático e os Jogos Teatrais.
A autora ressalta que o uso de uma determinada forma de abordagem teatral na educação não exclui o uso das demais.

Aula de teatro é teatro?
O artigo discute a questão que dá nome ao mesmo. Após abordar todos os elementos que contribuem para o surgimento do teatro de fato (intencionalidade, texto, personagem e público) a autora conclui que num ambiente de aula de teatro faz-se teatro, pois, verificou-se a existência das quatro condições fundamentais para a promoção do teatro.

Um filme...

Música do Coração

O filme retrata a história de Roberta, uma violinista frustrada que nunca se profissionalizou por ter-se sempre dedicado à família. Contudo, quando Roberta é abandonada pelo marido, sua vida toma novos rumos.
Sozinha com dois filhos pequenos para criar, sem dinheiro e sem perspectivas, Roberta decide procurar emprego. Assim, Roberta é levada a uma escola pública de subúrbio. Lá, Roberta conquista seu primeiro emprego: ela será a professora suplente de música e deverá ensinar violino às crianças.
Diante do novo desafio, Roberta luta para obter sucesso. Porém o início é bastante penoso. A turma não estava nem um pouco interessada em aprender a tocar o instrumento, o centro de interesses era qualquer outro exceto a aula de música.
Roberta era bastante exigente com os alunos, cobrava postura, comprometimento e assiduidade, inclusive agia assim com os responsáveis. Entretanto, certo dia ela foi chamada a comparecer na sala da direção. Uma mãe estava a reclamar dos “abusos” da professora. A partir daquele momento Roberta mudou sua atitude em sala de aula. Todavia, os alunos estranharam o seu comportamento de “professora boazinha” e reclamaram; eles estavam cansados de terem professoras boazinhas. Então Roberta fez um acordo com os alunos: manteria sua postura firme e eles não falariam aos pais.
Foram muitas as dificuldades que Roberta enfrentou ao iniciar sua caminhada desafiadora: alunos indisciplinados, crianças portadoras de necessidades especiais, preconceito em geral, pouco apoio dos familiares dos alunos, alunos que por “n” motivos acabavam se desvirtuando do programa, falta de apoio de alguns colegas de trabalho, etc... Mas Roberta tinha muito jeito para lidar com os alunos: sabia ser amiga e sabia exigir na medida certa, explorando o potencial de cada um de seus alunos.
Porém, apesar dos entraves que cruzavam o seu caminho, Roberta não desistiu e alcançou o sucesso. Afinal, ela acreditava que qualquer criança poderia aprender a tocar violino.
Assim, foram dez anos de projeto; Roberta já trabalhava em três escolas; mais de mil crianças já haviam passado por suas aulas quando um grande problema surgiu. Roberta seria demitida por falta de verbas para a manutenção do projeto.
Mas eis que Roberta mobiliza-se, encontra alguns parceiros inesperados e promove um grande concerto para arrecadação de fundos para a continuidade do projeto. Aliás, por Roberta confiar em seu potencial e em seus alunos o concerto é um verdadeiro sucesso e acaba gerando capital para a manutenção do projeto por três anos.


Refletindo acerca do filme...

A escola retratada no filme é uma escola de subúrbio e está sendo focado o projeto de ensino de violino da professora Roberta às crianças deste estabelecimento.
Para cativar e ensinar seus alunos, Roberta ofereceu a eles algo de que precisavam e não estavam encontrando nos demais professores da escola: firmeza e motivação.
A grande procura pelas aulas, o aumento do número de interessados em participar do projeto (o que levou a prática de sorteio para a seleção de alunos) são indícios de que os alunos estavam aprendendo. E o sucesso de todas as edições dos concertos de fim de ano era a evidência maior do aprendizado de todos os envolvidos.
Os alunos não eram tratados da mesma forma tampouco aprendiam da mesma maneira. A professora respeitava as peculiaridades e o ritmo de cada aprendiz, porém, a exigência final era a mesma para todos.
O filme mostra que as diferenças (em geral) na sala de aula não podem ser empecilhos à aprendizagem, mas que elas devem ser respeitadas.

O processo de ensinar e aprender

Quando o professor ensina não haverá necessariamente o aprendizado por parte do aluno. Pode ocorrer que o professor tenha se utilizado de métodos ineficientes para ensinar um determinado conteúdo, de tal forma que não ficou claro para o aluno o que é dele esperado ou, ainda, pode acontecer de o aluno ter algum tipo de problema que acabará servindo de entrave à aprendizagem (problemas familiares, neurológicos, fome etc).
A aprendizagem se dá em inúmeros espaços não apenas na escola, uma vez que a educação pode ser sistemática ou assistemática. Vejamos alguns exemplos:
A Igreja é um exemplo de espaço onde, de forma não sistemática, ocorre aprendizado (os fiéis aprendem pela palavra do pastor/padre muitas questões relacionadas a valores e a própria religião). Bem como nas aldeias indígenas mais afastadas da cultura branca, como no interior da região Amazônica, o aprendizado é passado pelos mais velhos aos mais jovens, geralmente de forma oral e prática. Nos núcleos de militância social também ocorrem atividades, assistidas por um determinado método ou técnica, que promovem aprendizagem entre os envolvidos.
Um exemplo real de situação de ensino-aprendizagem é: no ano passado, numa segunda série, quando eu trabalhava o grupo de animais vertebrados com as crianças, um dia após eu ter ensinado sobre os anfíbios um aluno levou para sala de aula um girino num vidro de maionese. Este mesmo aluno me mostrou o animalzinho dizendo: - profe, lembrei do que a gente tinha visto na aula ontem quando fui lá no banhado brincar e vi os girinos, daí eu trouxe pra gente estudar!
Quer dizer, o menino associou o que havia visto em sala de aula em materiais expositivos com algo que ele estava vivenciando no momento, o que comprova que houve uma apreensão daquilo que foi ensinado pela professora.
A saber, criamos o girino em sala de aula até que ele se tornou sapo, quando acabou morrendo; desenvolvemos, inclusive, uma planilha de acompanhamento da metamorfose do sapo.
Bem, meu relato foi embasado em leituras que fiz ao longo da vida, enquanto estudante e professora preocupada com a aprendizagem de meus alunos, e também na minha prática cotidiana.

Socializando algumas reflexões...

DESCOBERTAS E REFLEXÕES EM EPPC...
Após leitura dos textos indicados na trilha e reflexão acerca dos mesmos, enfatizo algumas idéias a seguir.
No texto “PROFESSORES COMO INTELECTUAIS TRANSFORMADORES”, de HENRY A. GIROUX destaco: “O futuro professor é visto basicamente como um receptor passivo deste conhecimento profissional e participa muito pouco da determinação do conteúdo e direção de seu programa de preparação”.
Formei-me no curso de Magistério em 1999 e lembro-me muito bem de minhas aulas, principalmente das de didática. Aprendíamos o passo-a-passo de como ensinar. Era uma instrução única e fechada, ou seja, não nos eram ofertadas outras possibilidades; as instruções eram behavioristas e ponto final!
Passado o tempo, eis que descubro em minha prática diária, que as instruções, a receita aprendida, já não surtiam efeito. O que teria eu feito de errado? Levei algum tempo, mas descobri. O meu erro estava em me permitir ser um receptáculo de informações desconexas, em me contentar com pouco, em sanar minha sede de saber com o comodismo e a alienação...
No texto “CONSCIENTIZAÇÃO COM BASE EM PAULO FREIRE”, de Jerônimo Sartori e Elizabeth Diefenthaeler Krahe destaco a seguinte passagem: “Ao analisar as relações professor-aluno, Freire conclui que seu caráter é essencialmente narrativo, visto que o professor desempenha o papel de sujeito narrador e o aluno de objeto paciente, só escuta. Embora bem-intencionada, a ação bancária do professor não consegue imprimir sentido humanista e revolucionário capaz de viabilizar o pensamento crítico e a humanização do homem – educando”.
Lendo essa passagem eu me pergunto: quantas vezes eu não matei a curiosidade de meus alunos com uma educação bancária, aplicada na melhor das intenções? Por muito tempo tive os meus alunos como meros espectadores, como objetos e não como sujeitos agentes. Mas felizmente, aos poucos, fui descobrindo que havia outros caminhos a serem seguidos e que, desenvolver a consciência crítica nos estudantes é de suma importância para que o conhecimento tenha um significado palpável para os mesmos. E, penso que é justamente na significância do saber, que se encontra o combustível essencial para a revolução.

Sobre a música na minha vida...

É incrível a forma como a música nos acompanha ao longo de nossas trajetórias. Seja nos momentos alegres, seja nos momentos tristes ela sempre está lá.
Lembro que quando eu era criança, minha mãe colocava vinis para rodar em nosso “três em um”... Como era bom brincar de boneca ouvindo a Xuxa ou a Mara Maravilha!
Lembro de quando entrei na escola. Eu freqüentava o jardim B quando o grupo Dominó estourou nas paradas de sucesso; eu sabia todas as músicas de “cor e salteado”; lembro de cantá-las com minhas amiguinhas enquanto brincávamos no balanço da escola.
Mais tarde, quando eu já tinha uns 11 anos de idade, descobri a banda Legião Urbana. Nossa, como era maravilhoso cantar Faroeste Caboclo com os colegas e não ser censurada (a música continha alguns palavrões)!
Entrando na adolescência, chega a fase da rebeldia... Dos 14 aos 19 eu só ouvia rock (de todas as vertentes): hard rock, glam, metal melódico, grunge, punk rock etc. Também era muito preconceituosa em relação a outros estilos musicais.
Em minha formatura do magistério entrei com Come As You Are, do Nirvana.
Já mais tarde, por volta dos 22 ou 23 anos, envolvida com um partido político de esquerda descobri a MPB e me apaixonei! De lá pra cá, ouço de tudo; tudo mesmo, sem preconceitos!
Dentro do meu partido mesmo existe um olhar discriminatório (por parte de algumas pessoas) sobre qualquer gênero que não seja MPB. O funk, por exemplo, é visto como um movimento de alienação. Mas eu não concordo com isso. Penso que mesmo com letras agressivas e evasivas ele representa a realidade de uma dada camada da sociedade. E penso também que este tipo de música poderia ser levado para dentro da sala de aula. Por que não incentivar uma discussão sobre a violência contra a mulher a partir de um funk (Dói, um tapinha não dói, só um tapinha...), por exemplo?
Eu, enquanto educadora de séries iniciais, uso bastante a música em sala de aula.
Com a primeira série uso apenas para fins recreativos. Já com a segunda, além de fins recreativos emprego a música para fixação de aprendizado, como com a canção da tabuada, por exemplo.
Eu, sinceramente, penso que a música deveria ganhar um espaço maior nas salas de aula.