Vejamos. A escola ensina a decodificação alfabética e numérica deslocada de um sentido usual social. A apropriação mecânica da leitura, da escrita e dos cálculos são vistos como mecanismos sumamente necessários à ascensão escolar. Quem não detém estas habilidades não é contemplado com a promoção, tampouco reconhecido enquanto “sujeito inteligente”. Uma vez que, muitos professores consideram como inteligentes somente aqueles que aprendem com facilidade o que lhes é ensinado. Inúmeros professores ainda não aceitam como ação inteligente a capacidade de as pessoas raciocinarem, planejarem e resolverem situações-problema no cotidiano. E são esses professores que fazem da escola um órgão reprodutor de ações sem sentido, uma entidade desinteressante. E é dentro desse contexto que ocorre o letramento escolar.
Diferentemente, o letramento social ocorre em meio aos setores que compõem a sociedade (comunidade, igreja, família etc). Um sujeito não alfabetizado, mas que interage com a sociedade por meios alternativos que não a leitura e a escrita de códigos, é sim um sujeito letrado e suas ações deveriam ser valorizadas pela instituição escola. Mas não é o que acontece. Geralmente um sujeito analfabeto é marginalizado pela mídia, pelas entidades governamentais, pela “sociedade alfabetizada” e pela própria escola, o que é uma lástima! Ao meu ver, aquele que consegue ler o mundo através de outros olhos que não os da linguagem escrita e compreendê-lo deve ser valorizado e não relegado.
Marcia como tens ensinado teus alunos a "raciocinarem, planejarem e resolverem situações-problema no cotidiano"?
ResponderExcluirUm abraço, Simone - Tutora sede