sábado, 29 de novembro de 2008

Tardif: refletindo acerca de alguns de seus ensinamentos

Trabalhei com alguns textos de Tardif na interdisciplina EPPC e posso afirmar: não há como discordar de suas idéias.
Nesta obra, “Saberes docentes e formação profissional” o autor discute acerca dos saberes que servem de base para os professores realizarem seu trabalho em sala de aula. Além disso, sugere que reflitamos acerca do papel do professor enquanto construtor de saberes inerentes à prática pedagógica, considerando suas competências e habilidades.
O autor chama à atenção para o fato de os pesquisadores e intelectuais da educação não levarem em consideração os saberes do professor, tampouco a sua capacidade de produção de conhecimentos frente à sua profissão.
Tardif contesta o fato de os educadores serem tidos como meros executores de tarefas, em face disso propõe que a subjetividade do professor seja colocada de lado nas pesquisas, abrindo espaço para o professor enquanto sujeito atuante.
O autor também indica mudanças em relação à formação dos professores. Acredita que deveria ser dada voz à classe docente, em outras palavras, dar-lhes o direito de opinar quanto à profissionalização dos mesmos.
Tardif crê que haja uma grande desvalorização dos professores.
Ele adverte que não há união entre grande parte dos profissionais da educação.
Lembra, ainda, Tardif que o mundo acadêmico não leva em consideração os saberes dos professores de profissão.
Penso que existe realmente um grande preconceito em relação aos profissionais da educação, especialmente os professores. Mas o que mais me surpreende é que este preconceito não parte tão somente daqueles que estão de fora do ambiente escolar, mas que estas discriminações ocorrem principalmente entre os próprios colegas de profissão.
Muitas vezes os colegas, professores de área das séries finais, lançam olhares carregados de discriminação às “professorinhas do currículo”, como costumamos ser taxadas.
Em contrapartida, esses mesmos professores que discriminam as colegas do currículo sofrem preconceito por parte dos professores que atuam no ensino médio.
Então eu me pergunto: por que ao invés de nos unirmos em prol de um objetivo maior, como melhores condições de trabalho, por exemplo, perdemos tempo numa disputa de vaidades que não irá nos levar a lugar algum? Infelizmente até hoje ainda não consegui encontrar uma resposta!

Um comentário:

  1. Olá Márcia!
    Para muitas coisas na vida a gente vive buscando respostas né. Na interdisciplina de ECS também trabalhamos com as idéias de Tardif. É na interação com o outro, com o colega, com profissionais de diferentes áreas, que aprendemos, que descobrimos, que crescemos. O professor tem um papel fundamental na educação e por isso ele precisa interagir, estar preparado e atualizado para trabalhar com seus alunos. Na interdisciplina foi proposto que cada um pensasse sobre o que significa trabalho docente. Trabalho docente é diferente de outros trabalhos? Essas são questões que ficam para refletires ao longo dos anos de prática docente! Um abraço, Simone - Tutora sede ECS

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