sábado, 22 de maio de 2010

Estagiando - segunda semana


Olá!
Como eu já lhes contei na postagem anterior, estou trabalhando para desenvolver um documentário com a minha turma. Pois bem, não sei se já disse - e se assim o fiz vou repetir - mas esta arquitetura irá permear os conteúdos e as habilidades previstas para os trabalhos do primeiro trimestre com esta turma. Friso isto porque quando comento com as pessoas não-peadianas sobre a construção do documentário, elas costumam me questionar sobre o "resto". Então, aclarando as coisas, o dito resto (leia-se conteúdos) não será prejudicado em função da arquitetura, muito pelo contrário; esta servirá de viés para que as coisas aconteçam. (Será que ficou claro?!!)
Adiante.
A partir de agora, vou colar aqui partes da reflexão que realizei sobre a minha prática docente (referente à  2ª semana); farei isto aqui porque lá no pbworks só poderá ter acesso ao post quem estiver autorizado, uma vez que aquele é um espaço privado. Ok?!

"Abrimos os trabalhos da segunda semana com a abordagem da temática indígena.
Inicialmente perguntei ao grupo se conhecia/já tinha visto um índio. Alguns alunos disseram-me que já haviam visto na tv. Outros afirmaram que “o índio usa pena na cabeça” e que “ele anda pelado”. Houve quem dissesse que o “índio mora na floresta”.

Discutimos esses conhecimentos prévios e tentei desconstruir esta visão romântica acerca dos índios. Contudo, creio que não atingi o meu propósito pois os alunos demonstraram não conseguir compreender como os indígenas poderiam ser tão diferentes daquilo tudo que já haviam visto na mídia e nos livros de literatura infantil. Há que se considerar, sei bem, a faixa de idade dos alunos (6 anos) porém, a falta de elementos concretos na discussão tornou-a improdutiva. Senti-me um tanto frustrada nessa ocasião.

Por outro lado, a gurizada se divertiu cantando e dançando a música “Os indiozinhos”. A confecção de máscaras foi outro momento de descontração.

Então, mais tarde, dialogando um pouco com Freire a frustração aumentou ainda mais. Pois ele sempre nos mostrou que o professor deve fazer do ensinar um ato político, desoprimindo o educando e oferecendo-lhe meios para a construção de novos saberes. E isto não houve na minha aula. Muito pelo contrário, mantive meus alunos alienados...
 
Pessoal, nesse dia eu fiquei tão chateada... vocês nem imaginam... me senti uma professorinha em início de carreira!
*********************************************************************************
Agora vou colar mais alguns trechos (destes eu gostei!):
 
"Nesta semana tivemos mais um contato com o ambiente informatizado (AI) da escola, dessa vez trabalhamos com uma ferramenta do GCompris onde foi possível montar tangrans virtuais. Devido a notável satisfação dos alunos ao retornarem do AI, aproveitei para puxar um gancho para o desenvolvimento da afetividade em relação à instituição escola; perguntei-lhes se gostaram do “jogo” apresentado e frisei o quanto era legal o fato de a escola proporcionar momentos prazerosos como aquele.
Linkei o tangram virtual às formas geométricas que apresentei à turma. Trabalhei somente com 4 formas: quadrado, círculo, triângulo e retângulo. Mostrei os seus recortes em E.V.A nomeando-as. Em seguida ofereci uma atividade em folha.
Mais tarde sugeri que a turma se organizasse em duplas e localizassem, dentro da sala, objetos que se assemelhassem às formas estudadas. Estes objetos foram fotografados pelas duplas. A cada foto tirada eu registrava no quadro a ação. Exemplo: uma dupla localizou na letra “A” a forma triangular e fotografou; então eu registrei no quadro os nomes das duas crianças, a letra A e o desenho do triângulo.
Após todas as duplas terem fotografado tivemos então o relatório completo. Realizamos a discussão e a análise do mesmo.
Combinei com a turma que na próxima aula eu traria as fotos impressas para que pudéssemos construir um cartaz. E assim o fiz.
Nesse cartaz coletivo as duplas colaram as suas respectivas fotos ou seja, as fotos produzidas na aula anterior, classificando-as em relação à forma.
Sobre a atividade telefone sem fio das formas geométricas (brincadeira proposta para o período de recreação) eu gostaria de destacar uma curiosidade: a palavra que estava sendo cochichada nos ouvidos e levada à diante era triângulo; ocorreu que lá pelas tantas a palavra se perdeu e acabou sendo revelada ao grupo como “aquela da casinha”. Achei isto bem interessante pois evidenciou aprendizagem. Veja, o aluno que ouviu a palavra triângulo por certo não conseguiu pronunciá-la, mas sabia do que se tratava pois relacionou o que ouviu à maneira como ele anteriormente conhecia aquela dada forma. Achei isso o máximo!"

Sobre estes últimos trechos tenho algo a dizer:
Todas as atividades que propus relacionadas à matemática anteriormente não faziam parte de minha prática de sala de aula. Outrora eu preferiria manter-me focada apenas nas conhecidas "folhinhas mimeografadas". Posso dizer que foi graças à interdisciplina Representação do Mundo pela Matemática que passei a utilizar as formas geométricas (e a equiparação delas com coisas de uso cotidiano) como objetos de estudo. Ah, e o emprego de TIC'S é legado das interdisciplinas Seminário Integrador!

Um comentário:

  1. Marcinha, agora sim te vejo por trás das tuas palavras que sempre são repletas de reflexão. Gostei da vergonha porque ela é o sinal de compreensão e de aprendizagem. É o sinal de que não aceitas mais o que antes tu fazias sem se criticar. As atividades estão excelentes e pegastes um instantâneo que indica aprendizagem. Vistes que tu te dás conta de que houve aprendizagem do conceito , mesmo que o termo tenha se perdido? Ai fica fácil porque é só informar :ó termo é um triângulo pois a construção já tinha sido feita. Antes o centro estava no termo.
    Fico agradecida por nos colocares como parceiras na tua caminhada de aprendizagem. Um abração
    Bea

    ResponderExcluir