segunda-feira, 6 de julho de 2009

Aula - temática afro

Atividade publicada no Rooda em 12/05/09 para a interdisciplina QERESH.

Temática: Afro

Objetivos:
Conhecer o livro “Princesa Violeta”;
Dialogar sobre a diversidade étnica;
Valorizar as diferentes estéticas humanas;
Cultivar o interesse pela leitura;
Incentivar a expressão artística.

Desdobramentos:
Primeiro momento – atividade de motivação
Convidarei a turma para uma brincadeira: os alunos serão divididos em dois grupos – meninos X meninas. A tarefa consistirá em listar nomes de princesas conhecidas.
Os grupos “tiram par ou ímpar” para ver quem inicia. O primeiro grupo
cita o nome de uma princesa, em seguida é a vez do outro grupo; assim seguirá até que as possibilidades se esgotem. Vencerá o grupo que listar o maior número de nomes.
Concluída a brincadeira, questionarei o grande grupo acerca das características (físicas e de personalidade) de cada uma das princesas listadas. Então, solicitarei que cada criança registre em seu caderno (através de desenho) como seria a princesa ideal.
Encerrarei esse primeiro momento com a apreciação dos desenhos e com a promessa, aos alunos, de uma história maravilhosa sobre princesa na próxima aula.

Segundo momento – contação de história; momento musical (Canção da Princesa Violeta); discussão no grande grupo e desenho dirigido.
Conceitos-chave: diversidade étnica, estética humana, leitura, expressão artística.


Refletindo a prática
Sobre o primeiro momento:
A turma adorou a brincadeira, participando com vontade e entusiasmo. E as meninas venceram a competição. A discussão realizada após a brincadeira foi bastante proveitosa. Os alunos explanaram suas percepções acerca do ícone “princesa”. Algumas conclusões da turma:
toda princesa é bonita;
as princesas são magras;
princesa só usa vestido, nenhum outro tipo de roupa;
toda princesa é branca;
toda princesa é escolhida por um príncipe;
nenhuma princesa sabe lutar;
as histórias de princesa acabam com “viveram felizes para sempre”.
Sobre o registro, no caderno, da princesa ideal percebi que quase toda a turma desenhou princesas brancas, de cabelos longos e loiros e com vestidos cor de rosa.
Depois da apreciação dos desenhos lancei o seguinte questionamento para a turma: “será que pode existir uma princesa negra?” Todos foram unânimes na resposta: “não!”
Retruquei: “mas vocês tem certeza disso?”
Algumas respostas:
-- “Claro, Sora! Só existe princesa branca!”
-- “É! Eu nunca vi princesa negra em livro nenhum!”
-- “Acho que não, porque eu nunca vi!”
Após as argumentações dos alunos reforcei: “fica a pergunta. Pensem nisso e na aula de amanhã a gente volta a conversar.”
Sobre o segundo momento:
Abri a aula retomando minha promessa de contação de história. Apresentei à turma o livro “Princesa Violeta”, de Veralindá Ménezes e dei início a narrativa.
Os alunos ouviram com atenção o belo conto de fadas, surpreenderam-se e emocionaram-se com o desfecho da história. Afinal, “Princesa Violeta” narra a trajetória de uma bela princesa negra que vence barreiras, dribla preconceitos e com muita coragem luta, literalmente, na defesa de seu povo; destacando a força da mulher e a valorização das relações afetivas.
Ao fim da narrativa os alunos aplaudiram. Então, questionei-lhes: “agora eu quero que vocês pensem um pouquinho e respondam novamente aquela pergunta que lhes fiz ontem, pode existir uma princesa negra?”
Mais uma vez a turma foi unânime, porém a resposta foi diferente daquela anteriormente apresentada: “sim!!!”
Então conversamos acerca da história. Observei que a turma ficou surpresa e ao mesmo tempo satisfeita com a história que ouviram.
Após conversarmos ensinei-lhes a musiquinha “A princesa cor de bombom” (aprendi a cantá-la com a própria escritora do livro, em evento promovido pela Smed Alvorada em agosto de 2008).

Segue a letra da música:
A princesa cor de bombom
A princesa cor de bombom
Ela é a Violeta
Ela é a Violeta
bis
Cabelos pretos cacheados,
Miúdos
E olhos brilhantes
Como dois diamantes
bis

Após o momento musical solicitei aos alunos que desenhassem algo a respeito da história. As produções foram apreciadas por mim e também pelo grande grupo. Montamos um belo painel com os desenhos. Detalhe: não surgiu uma sequer princesa pintada com lápis “cor de pele” (como as crianças costumam dizer) mas sim, belas princesas negras!

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